segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O que ainda não descobri

Uma fita sem dar o laço
Braços soltos, a espera do abraço

As amarras não existem
Persistem na liberdade
Sem vontade de sentir
O descobrir

O compartilhar de cheiros,
Meios e sensações
Emoções não entendidas
Só medidas

Sou, então, só pedaço
Sem laço ou abraço
Daquilo que ainda não descobri

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Tempestade

Tristeza vem em tempestade
Ventania que bate e devasta
De dentro para fora
Portas e janelas se fecham
Esperando o pior passar
O anseio pela luz é forte
Mais do que a resistência para esperar

As gotas em vez de regar
Ferem as rosas sem piedade
Assim como as lágrimas amargas
De fora para dentro

A tempestade se enfurece
Torna-se imprevisível
O sentimento não mais se reconhece
Perde-se sem razão

Sonha-se com a paz
A calmaria depois do tormento
As lágrimas secariam
Mas nem todas as rosas sobreviveriam

- Nem todas, mas alguma.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O amor que nunca aconteceu

Pior do que um amor que não deu certo
é o amor não vivido
Aquele amor que ficou na espera
na promessa do que poderia ter sido

Aquele segundo encontro de bocas
que se perdeu
em um mar de possibilidades
que ninguém escolheu

As declarações que nunca foram ditas
e possivelmente nunca sentidas
por aqueles que escolheram o inverso
dos versos das canções esquecidas

Pior do que a dor de um coração partido
é o coração que não teve a chance de se partir
de agir pelo impulso da paixão
ou simplesmente poder sentir

O amor
O amor que nunca aconteceu

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Coração

Coração não sabe o que é certo ou errado
nem o que é possível ou não
Para o coração, não há limites, ou obstáculos
O coração é indiferente às dificuldades

Coração é tolo e ingênuo
Não vê que as chances estão contra ele
Não percebe os riscos
Só se entrega

A razão até alerta: cuidado, coração!
Não vai por aí, não!
Você pode se machucar
Mas o coração não está nem aí
Responde: Eu vou sim!
É lá que quero estar!
- E mais nada adianta falar